Cooperação e compartilhamento de conhecimento: uma alavanca no processo de desenvolvimento de políticas

“Há momentos para ficar quieto, e o que você quer virá até você, e há momentos para sair para o mundo e encontrar o que estiver buscando.”  ― Lemony Snicket

Ao longo dos tempos, diversos eventos sociais, econômicos e políticos determinaram a forma como os diferentes atores na área de justiça criminal interagem uns com os outros, moldando a forma como as instituições mudam e evoluem.

Compartilhando desafios semelhantes, cada sistema prisional e de liberdade condicional é único em sua abertura e proximidade com a sociedade; em como nutre ou suprime uma cultura de colaboração, iniciativa e experimentação; na forma como incentiva os líderes a emergir nos diferentes níveis da organização; e certamente em como busca soluções fora de suas fronteiras físicas – ou mentais.

Embora os conceitos de mais de meio século, que criaram o paradigma da “inovação aberta”, nem sempre sejam conhecidos, compreendidos ou aceitos como positivos pelas instituições burocráticas tradicionais, a percepção da riqueza de suas próprias idiossincrasias muitas vezes coexiste com a certeza do status quo e com resultados insatisfatórios.

O envolvimento, em diversos formatos, do setor privado, com ou sem fins lucrativos, como parceiros dos serviços prisionais e de liberdade condicional mostrou-se eficaz, pois novas perspectivas, ideias e recursos podem permitir o desenvolvimento de novos conceitos, processos ou tecnologias visando alcançar não apenas as metas imediatas de serviço prisional ou de liberdade condicional, mas objetivos sociais mais amplos compartilhados.

Instituições internacionais e organizações profissionais setoriais oferecem fóruns e oportunidades regulares para líderes de serviços de administração prisional e de liberdade condicional – e, em alguns casos, representantes do setor privado – se reunirem, apresentarem e discutirem diferentes perspectivas do mesmo assunto.

O engajamento nessas discussões a nível nacional, regional ou internacional – sobre a modernização da execução da justiça e seu impacto mais amplo na sociedade – a conscientização de diferentes realidades e soluções e o envolvimento de terceiros externos são de importância crucial para influenciar a discussão política ou definir a agenda de reforma política.

Apoiar eventos que possam permitir que você atue como um empreendedor político e identificar as janelas de oportunidade requer conhecimento, preparação e a existência de alianças mais amplas que possam garantir a alavancagem necessária. Contribuir para a compreensão de diferentes pontos de vista, políticas, práticas e projetos que tenham um impacto positivo na área da justiça em diferentes partes do mundo e oferecer argumentos relevantes para apoiar processos de desenvolvimento de políticas é também o motivo pelo qual a revista JUSTICE TRENDS existe.

Quando você não estiver preparado, outros empreendedores políticos podem estar… E não haverá garantias de eles estarão impulsionando os planos que você tem para o sistema prisional ou de liberdade condicional, pelo menos não na direção que você pode desejar.

Aproveite para ler a segunda edição da Revista JUSTICE TRENDS!

Pedro das Neves

Fundador e Diretor da Revista JUSTICE TRENDS

Diretor executivo da IPS_Innovative Prison Systems

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