A ameaça interna
O extremismo violento e a infiltração do crime organizado nas prisões ameaçam a própria essência das instalações penitenciárias. Em vez de serem locais onde os infratores são reabilitados e impedidos de cometer novos crimes, as prisões muitas vezes se tornam campos de treinamento para novas atividades criminosas. Em todo o mundo, gangues e sindicatos do crime organizado encontram terreno fértil nas populações carcerárias, recrutando membros, planejando crimes e até mesmo gerenciando operações que ocorrem no exterior.
Implicações para a segurança da prisão
O crime organizado coloca em risco a segurança tanto dos detentos quanto dos funcionários da prisão. Os agentes penitenciários enfrentam a difícil tarefa de lidar não apenas com infratores individuais, mas também com redes sofisticadas que podem mobilizar o poder coletivo contra ameaças percebidas, sejam elas grupos rivais ou o próprio sistema penitenciário.
O efeito cascata na sociedade
O crime organizado nas prisões não fica apenas atrás das grades. Esses grupos criminosos geralmente mantêm ou até mesmo fortalecem suas operações externas a partir de dentro, coordenando atividades ilícitas, orquestrando golpes ou executando esquemas de fraude. Isso significa que, paradoxalmente, a prisão de membros do crime organizado pode, às vezes, fortalecer esses grupos em vez de enfraquecê-los.
O caminho a seguir
A experiência de países que lidaram com sucesso com esse fenômeno nos mostra que enfrentar a ameaça do crime organizado e do extremismo nas prisões exige uma abordagem multifacetada:
Qual é o ponto de situação na sua organização na prevenção e no combate ao extremismo e ao crime organizado?
Nesta edição da revista JUSTICE TRENDS, trazemos a você a experiência vivida pelos tomadores de decisão e suas opiniões sobre como seus órgãos estão adotando esses novos desenvolvimentos, mas também as opiniões de especialistas renomados. Você também lerá como diferentes jurisdições adotaram soluções específicas e as vantagens que elas trouxeram para as pessoas e os funcionários encarcerados.
A luta contra o extremismo e o crime organizado nas prisões não se trata apenas de proteger os detentos, os funcionários da prisão ou as instalações penitenciárias. Trata-se de garantir a segurança mais ampla da sociedade e afirmar os princípios de justiça e reabilitação que sustentam o sistema penitenciário. Ignorar a ameaça não é uma opção. Estratégias proativas e abrangentes são essenciais para evitar que nossas prisões se tornem reféns do crime.
Espero que você desfrute da leitura.
Pedro das Neves
Diretor Executivo IPS_Innovative Prison Systems
Diretor da revista JUSTICE TRENDS
pedro.neves@prisonsystems.eu