Artigo
Craig Storer
O conceito de disponibilizar tablets às pessoas encarceradas não é novo. As empresas, principalmente as que atuam na indústria de comunicações para presos, têm fornecido dispositivos portáteis, de alguma forma, a consumidores confinados por mais de uma década.
Os tipos de dispositivos oferecidos nas instalações penitenciárias variam de reprodutores de MP3/MP4 básicos, voltados para a transmissão de música e downloads, dispositivos unificados “chilreantes” destinados à troca de mensagens com amigos e familiares fora da prisão, a tablets maiores que oferecem uma variedade maior de serviços como chamadas telefônicas, visitas por videochamada, acesso a documentos relacionados à prisão, bibliotecas jurídicas e outros recursos.
Há vários anos, a Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos, um grupo de especialistas e grupos de defesa de presos intensificaram seus esforços contínuos para conter alguns dos abusos que haviam prevalecido na indústria telefônica de presos por décadas, especialmente relacionados às tarifas de ligações e taxas acessórias.
Vários provedores responderam a esta crescente atividade regulatória “dobrando” seus esforços no desenvolvimento de tablets para penitenciárias, reconhecendo que provavelmente levaria mais tempo para que os reguladores implementassem regras e padrões para ofertas baseadas em tablets, tais como música, jogos, filmes, e-books e outras formas de multimídia.
Em um clima regulatório no qual estava se tornando mais difícil para os provedores de telefonia para detentos enriquecerem-se injustamente, o aumento do acesso à serviços de multimídia por meio de tablets surgiu como uma forma de essas empresas continuarem encontrando as margens necessárias para satisfazer seus investidores privados.
Os benefícios de proporcionar maior acesso às comunicações e programação para os indivíduos encarcerados são inegáveis, com estatísticas indicando claramente que a probabilidade de reincidência é reduzida em ambientes penitenciários onde as comunicações e programação são acessíveis. Assim como acontece com consumidores do mundo exterior, a maneira mais eficiente de fornecer esses serviços dentro do perímetro de uma instalação penitenciária é através de dispositivos portáteis.
Historicamente, as pessoas encarceradas tinham que sentar-se ou ficar em pé junto a telefones ou quiosques montados na parede para ter acesso ao serviço telefônico, visitas de vídeo e uma variedade limitada de outros aplicativos. Poder fazer isso sentado em mesas de salas comuns ou mesmo deitado em beliches aumentou organicamente o uso desses serviços e incentiva as pessoas encarceradas a aproveitarem uma variedade mais ampla de aplicativos e programas orientados a sua ressocialização, quando são oferecidos.
E quanto ao aspecto monetário e comercial desta tecnologia em evolução?
Normalmente, oferecer e manter um programa em um ambiente penitenciário utilizando tablets, incluindo a infraestrutura de rede sem fio segura e os dispositivos de carregamento de tablets dos quais dependem, é um investimento significativo que a maioria das organizações locais de aplicação da lei não estão preparadas para fazer – daí o envolvimento de empresas privadas. É necessário recuperar estes custos e incentivar os provedores a manter e melhorar suas tecnologias.
Entretanto, há uma clara distinção entre alavancar essas tecnologias para fixar os preços que as pessoas encarceradas e suas famílias pagam, e oferecer um cenário de preços razoáveis que permita que os detentos tenham acesso aos serviços enquanto apoiam os custos reais do programa. Os acordos comuns de preços para os tablets no sistema prisional incluem taxas semanais ou mensais de aluguel de dispositivos e/ou custos por minuto para acessar os vários aplicativos – estes custos ficam a cargo dos detentos ou de seus amigos e familiares, e podem ser bastante proibitivos.
Na experiência da NCIC, o sucesso de um programa que envolva tablets no sistema prisional depende da capacidade de TODOS os detentos terem acesso à maioria dos serviços e aplicativos dos tablets – não apenas aqueles com maior condição financeira. Ao oferecer um modelo de “Aprender a Ganhar”, onde os detentos têm a opção de participar de uma ampla variedade de programas educacional, vocacional e de ressocialização em troca de “pontos” que podem ser gastos em entretenimento, a NCIC tem sido capaz de cultivar uma oferta de tablets que atrai um grupo demográfico mais amplo de pessoas detentas, maximizando o envolvimento com os programas de tratamento.
Craig Storer é o Diretor de Marketing da NCIC Inmate Communications. Craig ingressou na NCIC depois de trabalhar para uma conhecida empresa de auditoria telefônica de detentos e supervisiona os esforços gerais de marketing e desenvolvimento de negócios da NCIC. Tem um grande interesse na economia associada a programas de comunicação com detentos e gosta de trabalhar com organizações penitenciárias para ajudar a promover uma compreensão dos ambientes de comunicação de seus detentos, incluindo taxas, receita e compartilhamento de receita de volta para a organização. Também tem ajudado os sistemas prisionais a identificar as comissões ganhas, mas não pagas, associadas com seus Acordos de Comunicação com os detentos no valor de vários milhões de dólares, ao mesmo tempo em que melhora os ambientes de comunicação em muitas comunidades, tornando as ligações mais acessíveis.