Os dias incertos da pandemia e as limitações impostas à movimentação de presos, visitantes e funcionários geraram oportunidades para que os serviços penitenciários repensassem suas práticas e adotassem formas alternativas de cumprir sua missão. As mudanças que testemunhamos não têm precedentes.
Muitas jurisdições implementaram soluções de tecnologia de “uso geral” ou de profissionais da área penitenciária, permitindo que os detentos mantivessem contato frequente com suas famílias, viabilizando soluções de visitação por vídeo e audiências judiciais virtuais e o uso de telemedicina e e-learning, entre outras. A maioria de nós vivenciou ou testemunhou as vantagens do uso dessas ferramentas como parte do “novo normal”.
Infelizmente, para várias jurisdições, quando as restrições da pandemia foram levantadas, a janela de oportunidade aberta pelas respostas políticas à COVID-19 acabou sendo abandonada pelas agências penitenciárias (não apenas no uso da tecnologia, mas também em relação à adoção de medidas alternativas ao encarceramento).
Na era digital, se não estivermos avançando, ficaremos para trás, tornando cada vez mais evidente a disparidade digital entre as jurisdições.
As tecnologias digitais apresentam oportunidades significativas para as agências penitenciárias, tanto no que se refere ao cumprimento da missão penitenciária tradicional quanto à criação de novas oportunidades. Com foco no aprimoramento da excelência operacional ou no apoio à ressocialização, as tecnologias digitais são essenciais para garantir que a espinha dorsal operacional das instituições penitenciárias esteja preparada para enfrentar os desafios atuais e futuros.
Qual é a situação de sua jurisdição na jornada de transição/transformação digital? Como você imagina sua organização daqui a dez anos? E quem em sua organização está envolvido nessa reflexão estratégica?
Por melhores que sejam os profissionais, as tecnologias digitais e a maneira como elas afetarão sua agência não devem ser deixadas nas mãos de técnicos de TI ou mesmo de funcionários experientes e confiáveis. O conhecimento técnico e operacional é fundamental, mas uma perspectiva estratégica com visão de futuro bem como uma visão externa certamente farão a diferença.
Nesta edição da revista JUSTICE TRENDS, trazemos a você a experiência vivida pelos tomadores de decisão e suas opiniões sobre como seus serviços estão adotando esses novos desenvolvimentos, mas também as opiniões de especialistas renomados.Por meio de breves apresentações de casos, você também lerá como diferentes jurisdições adotaram soluções tecnológicas específicas e as vantagens que elas trouxeram para as pessoas encarceradas e para os seus funcionários.
Espero que você desfrute da leitura.
Pedro das Neves
Diretor Executivo IPS_Innovative Prison Systems
Diretor da revista JUSTICE TRENDS
pedro.neves@prisonsystems.eu
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